Soneto vago
Edir Pina de Barros
Aos poucos cai a tarde, aconchegante,
e tudo ganha um tom de nostalgia,
enquanto busco, em tudo, poesia
que a doce paz interna me garante.
Escuto a seu rumor, aqui e adiante,
na brisa, que o arvoredo acaricia
e na palmeira, muito alta, esguia,
na qual arara canta, tão galante.
E tudo ganha um tom purpúreo e belo
que, aos poucos, nestes versos, eu pincelo
com tintas da emoção, que dentro trago.
E muito escapa, sei. O belo é etéreo,
e guarda, dentro em si, demais mistério,
que tudo que escrevi é pouco e vago.
Brasília, 06 de Maio de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 24
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/05/2016
Alterado em 01/09/2020