Sonhemos
Edir Pina de Barros
Mas como não sonhar, se o sonho aviva
as esperanças, fontes de conforto?
Não sonha quem está, por certo, morto,
sem ver a luz de alguma alternativa.
Navio em alto mar, sem ter um porto,
sem âncora, horizonte, perspectiva,
vagando ao léu e só, sempre à deriva,
é aquele que não sonha, vive absorto
pensando apenas só na vil matéria,
que é fonte de poder e de miséria,
também de dor, que o sonho sempre abranda.
Sonhemos, pois, que o sonho regenera
os tons azuis-lilases das quimeras,
dos versos das modinhas de ciranda.
Brasília, 04 de Março de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 41
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/03/2016
Alterado em 03/09/2020
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