Nas águas de teus rios, eu velejo,
levada, lentamente, pela brisa
de teu olhar, que sobre mim desliza,
pudico, porém cheio de desejo.
E quando, assim, te sinto e, assim, te vejo
o mais fugaz instante, se eterniza,
e acaba com distância ou com divisa,
despindo-me dos rubros véus do pejo.
Velejo nos teus rios cristalinos,
guiada por instintos femininos,
buscando, dentro em ti, a paz do amor.
A vida vale, sim, esse momento,
no qual me entrego a ti e me reinvento
à luz de teu carinho, teu candor.
Brasília, 24 de Fevereiro de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 80
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/02/2016
Alterado em 05/09/2020