Íntimo inquilino
Edir Pina de Barros
Se tu me vens assim, cheirando a mato,
saindo desse rio, de água pura,
que forma, em tua pele, uma textura
do belo, que parece em ti inato.
Se te olho, no momento certo, exato,
e o teu olhar, também, por mim procura,
liberto-me do pejo e da censura,
a confessar que te amo, sim, de fato.
As gotas de água sobre a tua tez,
brilhando, muito mais que o sol a pino,
aumentam, tanto, a minha insensatez,
reajo igual um íntimo inquilino,
assumo a minha louca lucidez,
e no teu corpo andejo e peregrino.
Brasília, 23 de Fevereiro de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 66
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 23/02/2016
Alterado em 05/09/2020