Textos


Soneto ao vento (1)
Edir Pina de Barros

O vento varre o vale, verde e vasto,
a vergalhar, voraz, os arvoredos,
num vai e vem, uivando entre os rochedos,
e volta sobre o vinco de seu rasto.
 
Valente vai, vivaz e tão nefasto,
no vórtice dos véus dos dias ledos,
a desvelar a vida e os vãos segredos,
o sonho do viver, virtuoso e casto.
 
Volátil, varre a vida, o vago vento,
vassoura a vastidão de um só momento,
a vasculhar o vácuo da utopia.
 
Versejarei, ó, vento veludoso,
o seu vaivém veloz, vertiginoso,
e o seu vagido, voz da poesia.
 
Brasília, 17  de Janeiro  de 2016.
Livro: Lira insana, pg 14 - 2016
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/01/2016
Alterado em 01/09/2020
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