Saudade
Edir Pina de Barros
Saudade que me invade, açoita e grita,
a me falar de ti, dos tempos idos,
do teu amor, dos gestos tão polidos,
da tua voz. E a paz e a luz bendita
de teu olhar – que agora não me fita –
dos gestos de candor, jamais contidos,
por trás de minha chita; e nós, perdidos,
nos véus do sonho, longe da desdita.
A nostalgia imensa tudo fala
de ti. E nos recantos desta sala
estás presente, mesmo ausente assim.
Se tudo nesta vida chega ao fim,
por que não morre, nunca, dentro em mim,
a força desse amor que me avassala?
Brasília, 10 de Novembro de 2015.
Versos alados, pg. 70
Interação
SILÊNCIO
Ângela Faria de Paula Lima
Nesse silêncio onde a saudade cala
E somente a lembrança em mim existe
Essa presença-ausente que me fala
Do quanto amor ainda em mim persiste...
Esses olhos que hoje já não veem
A tua sombra, que por mim não passa,
E perdida em penumbras de desdém
É a seta que meu coração traspassa...
Esse silêncio que diz nada e tudo
É a voz que cala, que me deixa mudo
Trancado apenas nessa solidão...
E o silêncio impassível, reverbera
O fim de um grande amor, de uma quimera,
Deixando solitário, um coração...
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/11/2015
Alterado em 11/08/2020
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