Textos


Ciclos
Edir Pina de Barros

A tarde se espreguiça e até cochila
no colo do horizonte purpurino,
enquanto na igrejinha plange o sino,
no centro da pacata e calma vila.
 
Beijando o lago cai, e cai tranquila,
nem pensa no depois,  no seu destino,
diverso do esplendor do sol a pino,
entregue ao morno vento, que sibila.
 
E segue desarmada e assim se arrasta
sem pressa ou intenção de dar um basta,
à morte e, pouco a pouco, se esvanece.
 
Por que se rebelar se a morte é certa,
e se renascerá, depois,  desperta?
Melhor se ajoelhar, rezar a prece.
 
Brasília, 21 de Maio  de 2015.
Versos alados, pg. 39
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/05/2015
Alterado em 10/08/2020
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