Carta de amor
Edir Pina de Barros
O dia amanheceu chorando tanto,
envolto em véus de lágrimas serenas,
sem sol, sem beija-flores, sem falenas,
apenas fios d’água em todo canto;
e eu cá, a recordar de ti apenas,
do teu olhar repleto de quebranto,
de tua voz macia (um acalanto),
do vento a emaranhar tuas melenas.
Mas reina dentro em mim a luz do encanto,
e vou criando versos, às centenas,
na paz, na doce paz de meu recanto.
Se eu sinto assim saudades tuas, plenas,
e o imorredouro amor, que é sacrossanto,
por que chorar-te as minhas dores, penas?
Brasília, 26 de Abril de 2015.
Versos alados, pg. 74
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/04/2015
Alterado em 11/08/2020