Lamento
A terra, mãe-nutriz , não tinha dono,
a todos ofertava o colo amigo,
alimentava o indígena e o colono
e dava ao ser mortal o seu jazigo;
aos negros de além-mar, lhes deu abrigo,
nas dores do viver, sem ter patrono,
nas mãos do algoz senhor, real perigo,
que agia feito rei, sem ter um trono.
Agora está sangrando, toda arada,
também demais cortada, dividida,
dos filhos, tanta gente sem ter nada.
Em cada canto sangra uma ferida,
do que ela tinha resta quase nada,
aos poucos morre a nossa Mãe querida.
Brasília, 12 de Novembro de 2014.
(data de publicação no Facebook)
Livro: Absinto e Mel, pg. 54
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/01/2015
Alterado em 19/08/2020