Cisma
Por trás do teu sorriso, sempre brando,
pressinto, em ti, a pérfida sereia
e o fel que corre dentro a tua veia,
o destilar do teu veneno infando;
e nunca te amarei, nem mesmo quando
tirares de esse olhar a densa teia
que a mim me impede que a tua alma leia
porque persistes sempre assim blefando.
Não quero, não, provar do teu veneno,
prefiro o meu viver sem ti, sereno,
a mergulhar no abismo desse encanto.
Prefiro, sim, cantá-lo, nos meus versos,
sem ter o teu veneno em meus anversos,
a macular a fonte de meu pranto.
Brasília, 17 de Janeiro de 2015.
Absinto e Mel, página 79
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/01/2015
Alterado em 06/08/2020
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