Textos


Delírio em tom maior
Edir Pina de Barros

A noite se debruça, armando tendas,
por sobre a terra, louca de desejo,
rompendo os densos véus do imenso pejo,
buscando a intimidade em suas sendas.

No céu, de suas fendas, sente as rendas,
e, da paixão, escuta o rumorejo
da súplica eternal do infindo beijo,
a régia das mais régias oferendas.

Na intimidade infinda do horizonte,
bebendo, do desejo em sua fonte,
desveste, a noite, o manto estrelejado.

Envolta em louco abraço a terra sente
das forças siderais, a mais pungente,
o dom do amor: de amar e ser amado.
 
Brasília, 13 de Janeiro de 2015.
Versos alados, pg. 54

 
 Edelson Carlos Afonso Pinto Lendo "Delírio em tom maior", tenho a impressão de que o fantasma de Castro Alves me abraça, enquanto o de Casemiro de Abreu chora em ver o pranto nas poesias que circunvagueiam em frenesi intenso de poetisas que conseguem extrair o aroma das flores para impregnar as palavras que brotam de um âmago onde com certeza Deus pôs a mão.

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/01/2015
Alterado em 11/08/2020
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