Saudade
Canto a saudade que me habita o peito
e, sem pedir licença, em mim se aninha,
que se agiganta, quando estou sozinha,
pensando em ti, no plano meu desfeito;
que deixa o meu olhar opaco, estreito,
e torna a minha vida tão mesquinha,
sem ver um novo amor, que se avizinha,
e que me inunda, os olhos, quando deito;
saudade que me esmaga toda, inteira,
com tuas mãos de mestra e sábia oleira
a modelar meu pobre ser tristonho.
Saudade! Ai! Saudade que me invade,
e me machucas tanto, ó, saudade,
que sangro sobre os véus do etéreo sonho.
Brasília, 12 de Janeiro de 2015.
Absinto e Mel, pg. 85
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/01/2015
Alterado em 06/08/2020