Textos


Velocino de Ouro
Edir Pina de Barros

Quando eu sair das luzes da ribalta,
e enfim  tudo acabar, cair o pano,
liberta desse louco amor tirano,
hei de seguir serena, em paz, incauta.
 
Mesmo que sinta, ainda, a tua falta,
falta de teu carinho e olor humano,
superarei a dor da perda, o dano,
pois sou, no mar da vida, uma argonauta.
 
Eu vencerei  os mares e os dragões,
renascerei do fundo dos porões,
e envergarei o aço do destino.
 
Assim eu sou – renasço dos escombros
de quem eu fui -  e volto tendo aos ombros
a espada e o meu troféu: o  Velocino.
 
Brasília, 08 de Janeiro de 2015.

Absinto e Mel, página 84
Sonetos selecionados, pg. 120
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/01/2015
Alterado em 22/06/2020
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