Textos


Delírio

Ouço teu nome no rumor dos ventos,
no rumorejo calmo das cascatas,
no farfalhar das folhas, dentro as matas,
nos mangueirais, sombrios, sonolentos.
 
E quando escuto os sons das cataratas,
ouço o teu nome. E em todos os momentos,
renasces, dentro em mim, nos sentimentos,
mantendo esta paixão de longas datas.
 
Ouço teu nome em tudo! E em tudo sinto
tua presença ausente... E uma tristeza
filha do amor, que chamam de saudade.
 
Perdida no meu próprio labirinto,
pisando as farpas finas da incerteza,
já não distingo sonho e realidade.
 
Brasília, 30  de Dezembro de 2014.

Absinto e mel, pg. 27
Sonetos selecionados, pg. 105

Marco Bastos Um soneto lindo, Edir Pina de Barros , perfeito, de cadência e sonoridade incríveis. Os muitos sons da natureza a evocarem voz que não se ouve; fechando em ouro o delírio que confunde sonho e realidade. Feliz 2015. bjs. .
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/12/2014
Alterado em 19/06/2020
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