Lamento caboclo
Aqui, por onde eu passo havia mata,
e o passaredo estava sempre em festa,
havia uma casinha tão modesta
à beira de belíssima cascata.
Em tudo havia tal beleza inata
daquela que o bom Deus somente gesta,
porém ali agora nada resta,
pois a ganância vil tudo arrebata.
Minh’alma está chorosa, está cansada,
saudosa de meu rancho, de meu chão,
de tudo, da cascata e passarada.
Oh! Deus! Oh! Deuses! Que desolação!
A terra já nem chora, está crestada,
crestado está também meu coração.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/11/2014
Alterado em 25/07/2020
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