Luxúria
Tira-me a fita, amor, dos meus cabelos,
arranca esses botões de meu vestido,
com um só beijo rouba-me os sentidos,
atende, sem pudor, os meus apelos.
Quero viver, sem pejo, o amor bandido,
deixa de lado, logo, os tolos zelos,
e beija a minha nuca, tornozelos,
escuta o que sussurro em teus ouvidos.
Cansei-me, sim, do amor polido e frio,
que planta, dentro d’alma intenso estio,
que mata o meu desejo de sonhar.
Por isso imploro, sem qualquer pudor,
desperta-me o desejo - o dom do amor -
pois quero, sim, sonhar, viver, amar.
Brasília, 26 de Setembro de 2014.
Absinto e mel, pg. 42
Sonetos selecionados, pg. 108
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/09/2014
Alterado em 22/06/2020