Enlutada
Edir Pina de Barros
Quando a tenaz e imensa dor passar
retornarei aos campos da poesia,
deixando para trás a nostalgia,
saudade intensa que me fez calar.
Agora, nesse luto tão sem par,
eu sinto, dentro em mim, anestesia,
que imobiliza a alma e se irradia
e atinge o meu viver e meu pensar.
Jamais um padecer calou meus versos,
(extraí da dor sonetos tão diversos)
mas ora tudo está silente em mim.
Mas tudo passa – o tempo nos ensina –
e versejar, bem sei, é minha sina,
até que a própria vida chegue ao fim.
Brasília, 26 de Setembro de 2014.
Tela: George Owen Wynne Apperley
La enlutada
Absinto e Mal, pág. 57
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/09/2014
Alterado em 06/08/2020
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