Asas do desejo
Se tu me vens assim – cheirando a mato –
olhar audaz, o corpo nu, fremente,
eu fico louca! Louca e inconsequente
que perco todo o tino, meu recato.
E quando sinto o corpo teu tão rente,
o teu olor, que invade o meu olfato,
instintos animais em mim resgato,
deslizo em tua pele unhas, dente.
Percorro, do teu corpo, as mil veredas,
e fico insana quando assim te quedas
rendido aos meus arroubos, desarmado.
Liberto-me de tudo e voo ao léu,
e volto ao chão, depois de ir ao céu,
morrendo-me de amor, ó, meu amado!
Brasília, 15 de Setembro de 2014.
Absinto e Mel, pg. 41
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/09/2014
Alterado em 05/08/2020