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Não me jures, não, amor eterno

Ai! Não me jures, não, amor eterno!
Não sobrevive o amor à simples jura,
basta um olhar repleno de candura,
e não o que me traz o frio inverno.

O amor que sinto em mim e a ti externo
é feito bela estrela em noite escura,
que nunca vê aquele que a procura,
porque não sabe olhar meu céu interno.

Eterno amor! Não quero que me jures!
Prefiro o amor que nos teus olhos grita,
mas pode se perder, um dia, alhures.

Prefiro o teu olhar que assim me fita
e não o eterno amor que está nenhures:
a jura traz no ventre a dor desdita.

 
Brasília, 13 de Janeiro de 2014.

REALEJO, p. 38
Sonetos selecionados, pg. 45

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/01/2014
Alterado em 25/07/2020
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