Bendita mão
Bendita seja a mão que acaricia
aquele que, de amor, vive carente,
que andeja pelas ruas, já descrente,
desconhecendo a luz de uma alegria.
Que acode, com ternura, ao indigente,
nas horas duras, longas, de agonia,
que afaga sua dor na travessia,
que doa o pão, que planta uma semente.
Bendita, sim! Será demais bendita
a calejada mão que colhe o trigo,
que lavra o chão, garimpa uma pepita.
A pobre mão de um trêmulo mendigo,
que expõe ao mundo sua dor, desdita,
e gera compaixão, um gesto amigo.
Brasília, 8 de Janeiro de 2014.
Versos alados, pg. 41
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/01/2014
Alterado em 11/08/2020