A lua e o urutau
Soluça a lua cheia em noite escura,
derrama puro orvalho cristalino,
a lamentar seu fado, seu destino,
de andar no céu, seu leito e sepultura.
E sente imensa dor, que não tem cura,
no seu viver andejo, peregrino,
levando, dentro em si, um torvelino,
em meio às nuvens densas da tristura.
Espia lá do espaço anil profundo,
por ela enamorado e só no mundo.
um urutau que a chama, tão plangente.
Encontrá-lo quisera - eterno sonho -
porém o seu destino tão bisonho,
impõe-lhe caminhar no céu silente.
Brasília, 11 de Outubro de 2013.
Sonetos selecionados, pg. 82
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/10/2013
Alterado em 17/10/2020
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