Loucura
Em tudo a tua ausência está presente,
nas folhas mortas, soltas pelo vento,
no meu amortalhado sentimento,
no meu viver, cinéreo e deprimente.
Em nada do que toco estás ausente,
às vezes esquecer-te ainda tento,
mas vives dentro em mim, no pensamento,
és parte de minh’alma em dor, plangente.
Persistes na saudade que me invade
nas minhas noites longas de amargura,
nos becos, nas calçadas da cidade.
E tal presença ausente me tortura,
- nem sei o que é ilusão, o que é verdade -
apenas sinto dor que me fratura.
Brasília, 7 de Outubro de 2013.
Livro: ESTILHAÇOS, p. 26
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/10/2013
Alterado em 16/10/2020
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