Confissões (46)
Edir Pina de Barros
Não quero a vã palavra sem sentido,
Sem eco nos abismos de minh’alma,
Que não traduza a terna paz, a calma,
Sem tons e sobretons, sem colorido.
Também não quero, não, mordaz palavra
Replena de ironia corrosiva,
Aquela que é gelada, inexpressiva,
Cuja semente morre em fértil lavra.
Quero a palavra-luz, que é cais e porto,
Eivada de ternura, de conforto,
E de paixão, que é fonte do lirismo.
Quero a palavra-força, estrela guia,
Que traga dentro em si amor, poesia,
Daquelas que sequer nem mesmo eu cismo.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/07/2013
Alterado em 27/08/2020