Reflexões XI
O tempo se passou nos vãos dos anos,
e tudo, em si, mudou, mudou a vida,
a força da paixão, também perdida,
a mágoa, que causou profundos danos.
Passaram-se os desejos mais profanos,
a doce paz, nem sempre merecida,
a dor, que nos causou a dura lida,
tornando-nos sensatos, mais humanos.
Enquanto nós sonhamos, tudo passa,
a chuva de verão, serena e lassa,
a etérea luz do amor, fugaz magia.
Porém não passa, nunca, o encanto e a graça
do belo, que o poeta canta e abraça:
a eterna e pura essência da poesia.
Brasília, 13 de Junho de 2013.
Livro: CICLOS, pg. 109
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/06/2013
Alterado em 14/09/2020