Pena
Tenho pena das coisas que perdi
ao longo da estrada percorrida,
de tudo que sonhei, mas não vivi
por não fazer-me forte frente a lida
(soneto Pena, Jenário de Fátima)
Tenho pena de mim, também de ti,
por tudo que sonhamos nesta vida,
por nossa relação interrompida,
por tudo que perdeste e que eu perdi;
confesso que, sem ti, quase morri,
sem rumo, sem lugar e sem guarida,
e sinto-me mais só e mais perdida,
porque sonhei demais e não vivi.
Eu sinto-me vazia e tão pequena,
porque não posso mais sonhar contigo
do modo que sonhei, sonhamos antes.
E quando eu penso em ti eu sinto pena
dos beijos que não dei e estão comigo
perdidos nos meus lábios suplicantes.
Brasília, 23 de Maio de 2013.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 89
Seivas d'alma, pg. 123
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 23/05/2013
Alterado em 21/08/2020
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