Desventurado amor
Edir Pina de Barros
Desventurado amor imorredouro,
que pulsa, que palpita, grita e chora,
e se refaz a cada fim de aurora,
depois de mil sinais de mau agouro.
Amor que vale mais que prata e ouro,
que não se compra ou vende, ou se penhora,
ou se retém em Caixas de Pandora,
que é sempre firme, forte, duradouro.
Ah! Pobre, sim! Demais desventurado!
Infausto, sempre busca no passado,
razão de ser de algum devir tristonho.
Quem, desse amor, carrega dentro da alma,
jamais encontrará a paz e a calma
que habitam muito além de qualquer sonho.
Brasília, 17 de Maio 2013.
Livro: ESTILHAÇOS, p.35
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/05/2013
Alterado em 16/10/2020