Confissões (36)
Edir Pina de Barros
Quisera no meu corpo a tempestade
os raios e os trovões dos teus desejos,
morrer-me sufocada por teus beijos,
em pleno estado de calamidade;
quisera ser serpente, sem ter pejos,
e deslizar em ti muito à vontade,
ser Julieta, a de Marquês de Sade,
sentindo em mim teus raios, relampejos.
Mandar às favas toda hipocrisia,
dar asas ao instinto, fantasia,
e conhecer o incerto amor mundano.
Desejos e desejos, nada mais,
pois vivo mergulhada em pantanais
de regras do pensar cartesiano.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/05/2013
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