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No circo desta vida, sem fronteiras,
brincando vamos, feito bons palhaços,
sorrindo sempre, tendo os olhos baços,
enquanto a dor lateja nas moleiras;
as máscaras alegres, tão faceiras,
escondem tantos íntimos cansaços,
desilusões, tristezas e fracassos,
a palidez da tez, azuis olheiras.
Assim, seguimos, sempre sorridentes,
embora tristes, mas mostrando os dentes,
no peito, a carregar, lilás mortalha.
Enfim se passa a vida, rumo à morte,
e temos, no seu palco, a mesma sorte
daquele que faz rir mas não gargalha.
Brasília, 26 de Abril de 2013.
Livro: CICLOS, pg. 74
Tela: Marco Ortolan
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/04/2013
Alterado em 12/09/2020