XIX
As lágrimas, da noite desse amor,
caídas sobre o chão do esquecimento,
refulgem cristalinas, ao relento,
retendo ainda, em si, o seu calor;
e brotam da agonia, do estupor,
da dor que se expandiu, do sofrimento,
rolando pela face, no momento
em que perdeu, a vida, o seu sabor.
Caídas, sobre chão de noite escura,
por conta dessa dor, dessa amargura,
ressurgem feito versos no papel.
O amor que, pouco a pouco, assim fenece,
e que, depois de tudo, se enternece,
renasce e vira um astro lá no céu.
Brasília, 15 de Abril de 2013.
Livro: CICLOS, pg. 43
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/04/2013
Alterado em 09/09/2020