Confissões (17)
Edir Pina de Barros
Confesso que estremeço quando espreitas
meus seios pelos vãos de minhas rendas,
por entre os arabescos, suas fendas,
e minhas tranças soltas, já desfeitas.
Adoro, meu amor, quando me deitas
e tomas, entre as mãos, as minhas prendas,
e, sem delongas, pausas reprimendas,
procedes, sem recatos, as colheitas.
E colhes a mais rubra das pitangas,
em meio aos beijos teus, os mais voraces
mais doce que os ingás, cajus e mangas.
Confesso que eu me perco em teus enlaces,
sem saber onde acabas e eu começo,
em horas tão perfeitas, mas fugaces.
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Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/03/2013
Alterado em 27/08/2020