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Cafuza, não confusa


 

Eu sou cafuza, mas não sou confusa,

assumo meu passado, minha origem,

esteios que, na vida, a mim erigem,

ainda que, por muitos, seja exclusa.


Eu sou daqui, não sou nenhuma intrusa,

e não aceito as coisas que me impingem

aqueles que, de orgulho, têm vertigem,

ou vivem praticando ação escusa.

 

A minha história eu sei, a minha lida,

e vivo honrando a quem me deu a vida,

meus ancestrais, dos quais, enfim, me orgulho.


E nada me intimida - sou guerreira –

a minha história sei, conheço inteira,

marcada pela dor e pelo esbulho.



Cuiabá, 05 de Outubro de 2009.


Livro: CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 14

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/02/2013
Alterado em 19/02/2024
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