Sonhos perdidos
Decerto vão achar os sonhos meus perdidos
nos versos que escrevi, joguei, depois, ao vento,
ou nos escombros meus, expostos, ao relento,
pedaços de mim mesma e de outros tempos idos.
Os sonhos hão de achar, nos textos meus, retidos,
nas trovas e cordéis, que rabiscar eu tento,
perdida em tantos eus, meu pobre e vão lamento,
nos prantos que chorei, tão fartos, incontidos.
E ficarão, talvez, nos pobres versos meus,
inscritos no papel, libertos das lamúrias,
dos soluçantes ais, dos prantos que chorei.
Repousarão, aqui, depois do meu adeus,
libertos dessa mágoa e dessas mil penúrias,
das dores que senti porque demais sonhei.
Brasília, 17 de Julho de 2011. (data original da escrita)
Livro: Sonetos Diversos, pg. 65
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/01/2013
Alterado em 20/08/2020