Textos


Boi de Piranha
Edir Pina de Barros

Levando na cintura o sapicuá,
por sobre suas roupas e perneiras,
(como é comum, nas cenas pantaneiras)
vão os vaqueiros,  com seu guaraná;
 
caminham pela estrada e suas beiras,
um boi mugindo aqui, outro acolá,
e escapa, da boiada, um boi baguá,
buscando a sombra fresca das mangueiras;
 
adiante, dão em águas de piranhas
e, usando os seus saberes, suas manhas,
atiram velho boi  à própria sorte;
 
e toca, um dos vaqueiros, o berrante,
as lágrimas lavando o seu semblante,
saudando o velho amigo entregue à morte.
 
Brasília, 18 de Setembro de 2012.

Livro: Poesia das Águas, pg. 25
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/12/2012
Alterado em 16/07/2020
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