Biguá
E, de repente, vê-se algum biguá
sumindo, dentro d'água, ligeirinho,
à busca de alimento, algum peixinho,
o lambari, piaba, algum cará;
e reaparece ali, some acolá,
ressurge, mais além, e vai sozinho,
e dele só se vê o pescocinho,
nas águas do lendário Cuiabá;
comum é vê-lo ágil, sempre atento
secando as plumas negras contra o vento
no verdes saranzais ou rala mata.
Biguá quisera ser e mergulhar
nas minhas águas, cheias de penar,
livrar-me dessa dor que me maltrata.
Cuiabá,7 de Dezembro de 2012.
Livro: Poesia das Águas, pg. 54
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/12/2012
Alterado em 16/07/2020