Em tudo a tua ausência está presente,
na rosa - da roseira que plantaste -
altiva e rubra, sobre a verde haste,
na brisa que a balança, terna e olente;
está pulsante, está demais latente,
fugaz presença ausente - que contraste -
e, embora, desse modo, não me baste,
acalma tal saudade tão mordente;
o predileto vinho e a fina taça
ainda estão na mesa do escritório,
ao lado de teu livro de poesia;
o teu canário canta – quanta graça! –
e trina tão tristonho, merencório,
em tons e semitons de nostalgia.
Brasília, 24 de Outubro de 2012.