Confissões (XI)
Eu gosto, meu amor, se tu me caças,
ou armas, para mim, uma arapuca,
se insistes, sem cansar, feito a mutuca
querendo o vinho meu nas suas taças;
eu sinto, sim, prazer se tu me enlaças
e beijas meu pescoço, a minha nuca,
deixando-me sem tino, tão maluca,
que até as vistas fiquem mesmo baças;
eu gosto, meu amado que, sem pressa,
(tirando a minha roupa, peça a peça)
a mim sufoques com teus loucos beijos;
e quando, enfim, te perdes dentro em mim,
nos labirintos do prazer sem fim,
me explores devagar, sem peias, pejos.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/08/2012
Alterado em 27/08/2020