Melúrias
Edir Pina de Barros
Mastigo tantas dores, indigestas,
mais duras do que rochas das pedreiras,
cortantes como espinhos das roseiras
e farpas que provém de mil arestas.
Fantasmas me penetram pelas frestas,
sem respeitar escudos ou barreiras
e deixam dentro da alma fel, poeiras
e o gosto amargo dos finais de festas.
E sempre a mastigar as próprias rochas,
adentro o meu inferno em fogo, tochas,
a carregar o fardo dessa lida.
Sozinha, amargas dores eu rumino,
como se eu fosse mesmo algum bovino
pastando pelo chão da minha vida.
Brasília, 31 de Agosto de 2012.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 13
Sonetos selecionados, pg. 16
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/08/2012
Alterado em 22/06/2020
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