Vozes
Por minha boca gritam tantos gritos,
o meu, o teu, de quem ficou calado,
daquele que morreu amordaçado,
dos povos chacinados ou proscritos.
Na minha voz há falas dos aflitos,
de quem sonhou, foi preso, torturado
e foi violentamente assassinado
por meio de cruéis, sumários ritos.
A minha voz resume a voz dos povos
que clamam por justiça e rumos novos,
mas que jamais desprezam a memória.
Na minha voz existem tantas vozes
somadas através de simbioses
gestadas pelo útero da história.
Brasília, 13 de Agosto de 2012.
CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 13
Sonetos selecionados, pg. 95
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/08/2012
Alterado em 19/06/2020
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