XII
A noite se debruça, com seu véu,
e abraça o sol, que cai, agonizante,
tal qual se faz com doce e terno amante,
cobrindo-o com veludo lá do céu.
A lua mostra o rosto e andeja ao léu,
pisando o chão de estrelas, elegante,
e canta um urutau – um som cortante –
e vai dormir, na rede, o tabaréu.
A noite estrelejada tudo encobre,
não mais se vê o sol de fim de tarde,
que morreu mudo, com veraz brandeza.
Demais grandeza em tal momento nobre!
Tamanha entrega – sem qualquer alarde –
ao cíclico pulsar da natureza.
Brasília, 15 de Junho de 2012.
Livro: CICLOS, pg. 36
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/06/2012
Alterado em 09/09/2020
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