Textos


Mimetismo
Edir Pina de Barros
 
Eu sou a outra, se me tocas, se te vejo
pois me transformo, num instante, num segundo,
se em tuas águas eu mergulho bem profundo,
se tu me inundas com carícias, sem ter pejo.

Eu me transmuto quando eu sinto o teu latejo,
num mimetismo nunca visto neste mundo,
com tua pele, num instante, eu me confundo,
e a minha cor se torna a cor do teu desejo.

Nesse momento a ti me entrego, não reluto,
e os teus carinhos, sem pudor, também aceito,
os beijos teus, o teu abraço terno e lasso.

E nos teus braços, pouco a pouco, eu me transmuto
num hibridismo sem igual, do mais perfeito,
que em ti me perco, em ti me morro e em ti renasço!

 
Brasília, 2 de Junho de 2010.

Pura chama, pg. 39
Poesia das Águas, pg. 116
Sonetos selecionados, pg. 56

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/06/2012
Alterado em 18/07/2020
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários
Adah
À poesia é imprescindível a intensidade e a sua cumpre mui nobremente este propósito.Interna ou externa que seja assim,eterna.Parabéns!
Sonya Azevedo
Parabéns. Excelente. Intensidade em versos e imagem. Muita luz e paz. Abs
Rose Galvao
G E N I A L!!!!!! Aplausos, Grande poetisa!
edidanesi
Marailhoso soneto, de uma transmutação e tanto... Lindo! parabéns, abçs.
Marco Aurelio Vieira
Quanta intensidade nesses versos árdegos e lindos! Chave de ouro ESPLENDOROSA!!!! Vamos lá, vou repetir pela milésima octogentésima nonagésiva sétima vez: VOCÊ É DEMAIS, POETISA-FLOR!!!!!!!!