IX
Silente, a noite está dormindo, agora,
na rede aconchegante e purpurina
de estrelas – que a acarinha, embala e nina –
até que venha e a acorde a luz da aurora.
Dormita, enquanto a lua peregrina,
andeja, solitária, céu afora
e, exausta de andejar se vai embora,
cumprindo o seu destino, a sua sina.
O dia vem e a noite segue a lua,
enquanto nasce o sol, alegre e forte,
trazendo, atrás de si, a passarada.
Assim é nossa vida, a minha e a tua
- um ciclo que contém em si a morte –
um etéreo vir a ser, fugaz jornada.
Brasília, 16 de Maio de 2012.
Livro CICLOS, pg. 33
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 16/05/2012
Alterado em 09/09/2020