Renúncia
Deixemos o passado no passado,
que o tempo não preserva nem as rosas,
nem mesmo as mais bonitas, vaporosas,
que viçam nos vergéis, no verde prado.
Nem seus perfumes ficam, por legado,
nas tardes que desmaiam preguiçosas,
nas madrugadas tristes, langorosas,
ou no arrebol tristonho, ensanguentado.
Eu era uma menina e usava tranças,
agora trago em mim desesperanças,
desilusão imensa que me invade.
Deixemos, pois, de lado, os tempos idos,
os nossos ledos sonhos destruídos
perdidos entre as brumas da saudade.
Brasília, 6 de Março de 2012.
LIVRO - REALEJO, pg. 78
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/03/2012
Alterado em 25/07/2020