Garça (1)
Edir Pina de Barros
Bem que eu queria ser altiva garça
planando sobre as águas pantaneiras
buscando algum peixinho em suas beiras
debaixo de uma chuva leve e esparsa;
e ao vê-lo sob a água o olhar disfarça
enquanto o peixe sobe as corredeiras,
batendo as barbatanas que, ligeiras,
a sua força imensa enfrenta e esgarça.
A leve garça que, por sobre as águas,
- olhar de lince e o bico em riste - voa
a cruzar finos pingos de garoa.
Quisera ser os dois – a garça e o peixe –
sem que nenhum, enfim, vencer se deixe
e sem sentir com isso iras, mágoas.
Brasília, 31 de Janeiro de 2012.
Livro: Poesia das Águas, pg. 69
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/01/2012
Alterado em 16/07/2020
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