Um dia alguém me disse que me amava
e eu, tola, acreditei e, por suposto,
plantei, na minha vida, dor, desgosto,
e o pranto que me escorre feito lava
que explode de um vulcão. Tornei-me escrava
das cinzas desse sonho que em meu rosto
crestado - feito o chão de mês de Agosto –
adensam o pranto que mais vinco escava.
Acreditei, deixei a porta aberta,
agora estou assim, não tenho nada,
apenas uma réstia de saudade.
E , assim, fiquei por cinzas encoberta,
nas brumas dos meus sonhos, mergulhada,
um beija-flor em plena tempestade.
Brasília, 25 de Janeiro de 2012.
Seivas d'alma, página 109
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/01/2012
Alterado em 17/08/2020