Alerta (II)
Eu sou a que perdoa quase tudo,
a ofensa que no peito faz ferida,
a fúria desumana, desmedida,
o malfadado gesto vil e rudo;
perdoa ao próprio algoz, voraz, sanhudo,
a inveja, a falsidade descabida,
a falha humana, sempre cometida,
perfídia, traição, desprezo mudo.
Jamais eu fui perfeita (sou humana),
telhado de cristal, de porcelana,
e se estilhaça fácil, num segundo.
Mas não me venhas, não, com teu racismo,
intolerâncias - prenhes de cinismo -
que espalham tantas mortes pelo mundo.
Brasília, 17 de Janeiro de 2012.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 81
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/01/2012
Alterado em 02/08/2020