Soneto ao amor imperfeito
Amor perfeito? Tê-lo, sim, quisera!
Feito de encantos, sonhos, alegria,
um roseiral em flor, à luz do dia,
mesmo depois do fim da primavera.
Ah! Um amor assim! Que bom seria
se me chegasse a mim, que vivo à espera,
provando que sonhar não é quimera,
um sonho inatingível, aporia.
Quisera, sim, viver o amor perfeito,
daqueles que não tem qualquer defeito,
um menestrel, amante delicado!
Mas quando acordo vejo sempre ao lado,
no meu lençol de chita amarrotado,
o meu amado amor, tão imperfeito!
Brasília, 15 de Novembro de 2011.
Pura chama, pg. 64
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/11/2011
Alterado em 18/04/2014