Soledade
A soledade bate no meu peito
na aveludada noite longa e fria,
e recrudesce em mim a nostalgia,
na intimidade morna do meu leito;
na solidão do quarto, busco e espreito,
e então me lembro,sim, daquele dia
de amor tão pleno, cheio de poesia,
teu suplicante olhar, o doce jeito.
Percebo o teu fantasma em todo canto,
eu sinto, o cheiro teu, nos meus cabelos
e, nos meus lábios, teu sabor e gosto.
E escava, a minha tez, um farto pranto,
presinto os beijos teus, sem nunca tê-los
e cresce, dentro em mim, o meu desgosto.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/10/2011
Alterado em 17/08/2020