Ambígua
Eu amo e odeio - sofro desse mal -
eterna ambiguidade desumana
que vem e me avassala (é tão tirana),
tornando-me intratável animal.
Sou insensata, ambígua, tão dual!
E fito nos teus olhos, soberana,
sentindo tanta ira e tanta gana
de ser cortante feito bom punhal.
Odeio e amo! Quanta ambiguidade!
E assim te odeio só pela metade,
a outra te quer mais que a própria vida.
Mas quando tu me tocas tudo esqueço,
e, enfim, me tens inteira e pelo avesso
louca d’amor, tão lânguida e vencida!
Brasília, 31 de Agosto de 2011.
Pura chama, pág. 82
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/08/2011
Alterado em 04/05/2014
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.