Desencontro (2)
À tosca solidão sem fim me lanças
quando te vais além de minha estrada,
partindo, sem adeus, dizer-me nada,
deixando-me sem paz, sem esperanças.
E quando me aproximo mais avanças,
deixando-me mais só, desesperada,
nas sombras da tristeza mergulhada,
entregue à intensa dor, desesperanças.
Além desse vazio imenso, imposto,
(fonte maior de minha dor, desgosto),
restaram-me os fantasmas, teus sinais.
E nos meus devaneios noturnais,
ouvindo, dentro em mim, os próprios ais,
eu vivo a delirar, sem ver teu rosto.
Brasília, 27 de Julho de 2011
Seivas d'alma, pg. 94
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/07/2011
Alterado em 20/08/2020