Textos


Papel de seda
 
Reflete o teu cantar a desventura
do tempo que s’estreita sem piedade,
forjando dentro em ti essa ansiedade,
esses teus versos prenhes de tristura.
 
A morte vive em nós, em nós perdura,
rainha que não perde a Majestade,
que vive nos desvãos d’escuridade,
mas que no tempo exato nos procura!
 
E também é, a morte, a nossa lida,
pois, sem aviso, chega e nos invade,
e a vida voa longe, feito garça.
 
Oh! Meu poeta! Canta e canta a vida,
porque viver é pura vanidade,
papel de seda que uma brisa esgarça.
 
 
Brasília, 23 de Junho de 2011.
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 23/06/2011
Alterado em 26/01/2013
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